Eu, grande adepta do "couldn't care less", "não me interessa o que os outros pensam" hoje, assente num degrau desta escada que ruma ao aperfeiçoamento do meu ser, concluí não ser bem assim. E ouvi-me dizer coisas antes impensáveis. Hoje percebi que sim, importa tudo o que me entra pelos ouvidos a dentro, o que é processado e depois excluído e o que é processado e finalmente assimilado. Importam mesmo as pessoas com quem nos damos diariamente, o que pensam de nós e das acções que dão corpo a quem somos realmente. Importa o que acham do nosso papel social, da máscara A (pessoal), da máscara B (profissional), da máscara C (alguns têm-na). Importa, importa, importa. E todos os dias é dia de prestar provas: em casa, como filha, como amante, mãe, esposa, cozinheira, faxineira, lavadeira de soquetes brancas com raquetes e trusses azul cueca, no trabalho, como colaboradora, directora, activista, no cinema como cidadã civicamente responsável que não atira os milhos das pipocas para o chão nem põe os pés em cima das cadeiras, no trânsito tentando não buzinar quando nos chamam ruidosamente "FILHA DA P...". Enfim... todos os dias, em todo o lado, perante todo e qualquer papel social, somos postos à prova. Para mim hoje foi mais um dia de aprendizagem e de testes difíceis mas sei que, mais uma vez, superei as expectativas de quem me rodeia e as minhas também rumo a um melhor Eu.