Repensar 2008
Chegamos ao fim da canção. Repensar 2008 não é fácil... mais de metade das certezas que tinha no início do ano, acabaram por se evaporar. Tive momentos lindos, muitos e muito bons, tive momentos negros em que passei horrores. Pensava que me conhecia de trás para a frente... mas perdi-me a meio do ano e voltei a encontrar-me há pouco tempo e até mesmo a conhecer aspectos de mim que desconhecia. Repensar 2008 traz à memória todos esses tempos. Enterrei pessoas, sentimentos, vontades, desejos, aspirações ... mas também enterrei medos, ansiedades, inseguranças. Reencontrei o riso, a liberdade, a vontade de vencer, de remar contra a maré, de ser eu e eu acima de tudo... mas não voltei a ser o meu "eu" antigo, jamais isso poderia acontecer, depois do que passei... contudo, tornei-me numa versão melhorada de mim, mais crescida, responsável, feliz, espiritual, sensitiva. Se conseguisse definir numa frase o espírito em que me tornei, diria que hoje sou um pássaro que quer voar em liberdade, sem destino, sem amarras que me prendam onde quer que esteja, a quem quer que seja. A ti, que me fizeste querer ser criança para sempre, só agradeço do meu fundo, pelo amor, pela cumplicidade, pelas palavras, pelo que me ensinaste e acima de tudo, por me teres deixado livre para seguir o meu caminho. E tu, que tomaste um caminho paralelo ao meu, sei que ainda nos vamos cruzar naquele ponto fulcral nas nossas vidas, quando ambas formos sábias o suficiente para aceitar as diferenças que residem nos nossos modos de pensar, de viver, de agir. Penso no amanhã q.b., nunca mais voltarei a pensar no ontem, vivo o presente como nunca... não olho para a felicidade alheia invejando-a, nem para a tristeza alheia querendo tomá-la como minha, olho-me ao espelho e vejo-me cada dia mais bonita, com mais energia, com tanto para dar e cada vez mais vontade de receber. Olho ao meu redor e vejo os meus amigos de sempre, que me apoiaram quando precisei, que choraram lágrimas de sangue comigo ou riram histericamente com as minhas extravagâncias, vejo novos amigos que já me ensinaram e deram tanto, mas tanto... hoje recuso-me a tomar algo como certo, como eterno. Hoje sei que tudo pode ter um fim e sei, acima de tudo, que o fim não é necessariamente mau. Como a canção que chegou ao fim, chegamos ao fim de 2008 e o balanço é, simplesmente, positivo.
Feliz Ano Novo!